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domingo, 26 de agosto de 2012

Capitulo 9


Demi tinha dado um giro completo no apartamento de Nick e estava verdadeiramente impressionada e admirada com tudo... Especialmente a parede de vidro do chão ao teto na sala e na suíte principal.
Não há cortinas — tinha comentado, surpresa. Notara isso quando ela e Nick tinham ficado lado a lado, olhando para fora e vendo o pico do rochedo e o mar, além.
Nick insistira em segurar Ollie, que choramingara um pouco... Um novo dente nascendo, com certeza, pensou Demi.
Seu bebê havia sorrido largamente no minuto que Nick o pegara nos braços.
Nada de cortinas neste lado do Castello — concordou Nick. — Gosto da liberdade de deitar na cama e observar o céu noturno... Como gosto da liberdade de poder andar nu em volta do meu espaço pessoal e nadar nu na piscina. São prazeres simples, mas muito significativos para quem os aprecia. Não ha nada comparável com o manto da noite sobre um corpo nu, como o toque de veludo ou o roçar sedoso de água contra a pele nua.
Eu não sabia — disse Demi, desconfortavelmente ciente do que as imagens descritas por aquelas palavras estavam fazendo a seu próprio corpo.
Bem, esta noite você pode saber, se quiser — ele dissera, calmamente. O que a deixara nervosa e a fizera procurar tópicos de conversa mais banais.
Para seu espanto, o próprio Nick tinha feito o jantar deles... um delicioso peixe acompanhado de legumes e massa, num molho de sabor delicado, embora tivesse admitido que o chef deixara o prato preparado.
O que seu staff pensará sobre eu jantar sozinha aqui com você?
A resposta dele tinha sido um confiante dar de ombros.
Eles pensarão que convidei você para jantar comigo nos meus aposentos particulares. Nada mais, nada menos.
Isso significava que Nick comumente levava mulheres àquele local?, ela imaginou.
Agora Demi havia colocado Ollie no berço de armar no closet da suíte de Nick, de modo que pudesse ouvi-lo se acordasse. Sabia que Nick estaria esperando que eles continuassem o que tinham começado mais cedo, mas inexplicavelmente, ou talvez por sensatez, sentia-se relutante em ir ao seu encontro. Mas, tendo chegado ao ponto que havia chegado, precisava ir... não podia haver volta.
Não, se quisesse ser a mãe que Ollie merecia ter.
Dando um suspiro profundo, saiu do closet e entrou no quarto... que estava vazio.
Confusa, olhou à volta, e, então, ficou tensa quando Nick saiu do banheiro, usando um robe.
Vou dar uma nadada. Por que você não vem comigo?
Ele estaria nu por baixo do robe?
Seu coração estava batendo descompassado.
É melhor eu ficar aqui, para o caso de Ollie acordar.
Uma escada levava do quarto para a área da piscina, embaixo, e Demi jurou que não olharia Nick para ver se ele estava planejando ou não nadar nu.
Em vez disso, desceu a escada para buscar a taça de vinho branco que havia abandonado, quando fora colocar Ollie na cama.
Havia música suave tocando na sala, mas era impossível para Demi relaxar. Voltou a subir a escada, bebendo o vinho branco e determinada a não olhar para a piscina. Razão pela qual, sem dúvida, foi pega de surpresa quando Nick veio por trás dela, liberou-a do copo quase vazio e girou-a para seus braços.
Agora, onde estávamos? — disse ele firmemente, antes de silenciá-la com o calor de sua boca.
Ele já a beijara antes, mais de uma vez, por isso ela sabia muito bem o que esperar.
Mas dessa vez o efeito era um milhão de vezes maior, pensou Demi quando ele mordiscou-lhe o lábio inferior antes de enfiar a língua em sua boca e explorá-la com absoluta sensualidade. Em seguida, pressionou inúmeros beijinhos nos cantos de sua boca e contornou-lhe os lábios com a língua.
Demi não recordava de quando ficara nas pontas dos pés e pressionara seu corpo contra ele, envolvendo-lhe o pescoço com os braços, enquanto seus sentidos frustrados tentavam mostrar-lhe o que queria no lugar da carícia provocativa que a deixava tão sedenta e insatisfeita.
Sim, é assim. Mostre-me que você me quer — Nick sussurrou em seu ouvido, antes de voltar a beijá-la mais uma vez, com tanto erotismo que a fazia ansiar por uma intimidade maior.
Além da janela, o pátio e a piscina, que tinham sido iluminados pelos holofotes enquanto Nick nadara, estavam agora quase na escuridão. A única luz era a das estrelas e do luar. Essa mesma luz estava entrando pela vasta extensão da janela de vidro, transformando o ambiente num misterioso espaço prateado, de forma que as sombras do quarto pareciam sedutoras, algo que pertencia a outro mundo... um mundo de ficção e fantasia no qual Demi podia entrar com segurança, deixando a realidade dura para trás.
Sentia-se livre para fazer e ser o que mais queria. Ser invadida nos seus sentidos com cada investida apaixonada da língua de Nick contra a sua. Aquele, certamente, tinha de ser o motivo para estar tão feliz ao deixar seu vestido cair como se fosse uma pele indesejada da qual queria se livrar, permitindo que seu corpo fosse acariciado pela noite e pelo olhar de Nick.
Perfeita... você é tão perfeita como eu sabia que seria.
Ela o olhou de modo ousado, ansiando repetir a fácil remoção das roupas dele de modo que pudesse retribuir o elogio. Os músculos de seu estômago ficaram tensos com feroz excitação. Não precisava que Nick tirasse o roupão para saber que ele seria uma total perfeição masculina.
Afinal de contas, já havia visto muito dele naquela tarde. Muito, mas não tudo...
Não era essa exatamente o pensamento contra o qual David a havia prevenido?
Por um segundo Demi ficou paralisada ente o passado e o presente, seu velho medo adolescente subindo à superfície. Mas novamente, como se soubesse o que ela estava pensando, Nick puxou-a para si e envolveu-a nos braços, murmurando, em seus ouvidos:
Isso é onde nós acabamos neste fim de tarde e onde realmente queremos começar.
Ele estava beijando a ponta de sua orelha, depois, a lateral de seu pescoço e, finalmente, direcionando os beijos para sua boca.
Demi estava ciente de Nick e de sua própria excitação com cada célula de seu corpo. Não havia partícula que não estivesse afetada pelo toque dele e respondendo da mesma forma.
Ela não estava usando sutiã... não era necessário, pois o vestido tinha seu próprio suporte... E, agora, a única sustentação de seus seios era as mãos dele. Nick tocou ambos os seios, com as mãos, com a boca, com a língua, torturando-a incansavelmente, provocando uma tempestade de sensações em Demi, até que ela foi forçada a gritar, sentindo-se incapaz de suportar tamanha intensidade em silêncio.
Em resposta, Nick moveu-se para a cama, levando-a consigo e sentando-se no colchão, puxando-a para entre as suas pernas abertas e segurando-a ali, enquanto continuava as carícias em seus seios.
Demi atirou a cabeça para trás, arqueou a coluna e sentiu-se perdia... uma prisioneira indefesa do seu próprio desejo. Sentiu o braço de Nick suportando-a com segurança enquanto, com a mão livre, traçava círculos sobre sua barriga tensa, antes de descer para a barreira de sua calcinha de seda, molhada agora com a secreção de seu intenso desejo.
Nick massageou o sexo de Demi por sobre o tecido fino... Um toque leve, que a enlouqueceu e a fez ansiar por algo mais profundo, mais íntimo.
Lábios quentes se abriram sobre um de seus mamilos, sugaram-no, então, o mordiscaram levemente. Ao mesmo tempo, deslizou a mão para dentro de sua calcinha e tocou os lábios vaginais.
Demi nem mesmo ouviu seu próprio grito... um grito agudo e selvagem de puro desejo, mas Nick ouviu.
Em algum lugar no mais profundo recesso de sua consciência, ele sabia que sua própria excitação, seu desejo por aquela mulher, estava fora de controle. Mas, por uma vez, não quis ouvir sua voz interior de advertência. A excitação de Demi, sua completa entrega e desejo numa aceitação silenciosa que revelava a confiança que ela depositava nele, o desarmou.
Queria conhecê-la completamente... tomá-la e preenchê-la com o resultado de seu próprio desejo por ela. Queria ouvir seus gritos de orgasmo. Queria tocar e dar-lhe total prazer, com suas mãos, com seus lábios, com palavras e em silêncio, até que Demi fosse totalmente e somente sua.
Nick retirou-lhe a calcinha, inalando o perfume almiscarado do desejo, e sentindo seu próprio corpo ser tomado por uma tempestade de excitação. Escorregou para o chão, ainda segurando Demi, suas mãos espalmadas contra as nádegas arredondadas dela, massageando-as eroticamente enquanto beijava o interior de suas coxas.
Demi estava perdida, total e completamente, flutuando em um mundo que nunca pensara existir... um mundo no qual apenas a sensação de outra respiração contra a sua pele era suficiente para enlouquecê-la de desejo. A vagarosa carícia dos lábios de Nick e da língua no interior de suas coxas a estava fazendo protestar contra a crescente pressão de seu próprio desejo enquanto tentava controlar-se.
Era tarde demais! Demi atingiu o clímax. Então, ouviu as palavras roucas de Nick:
Isso é o que eu quis fazer esta tarde.
Ele a abraçou, sentindo os tremores convulsivos do corpo dela.
Então, aquilo era um orgasmo, Demi pensou, atordoada. Aquilo era o que vinha negando a si mesma durante todos aqueles anos quando acordava de seu sonho, com o corpo em chamas, de algum modo sabendo o que a esperava, mas sentindo muito medo de fazer qualquer coisa com relação àquilo por causa de David.
Agora Nick lhe mostrara o que era seu próprio prazer.
Ele a estava erguendo nos braços, seu corpo flácido pela liberação e satisfação, enquanto seus lábios formavam um sorriso e sussurravam, nos ouvidos dele:
Obrigada.
A pele de Nick estava quente, fazendo-a aninhar-se mais ao corpo másculo, então, passar os braços ao seu redor, querendo prolongar aquela intimidade.
Ele deveria mandá-la de volta para o quarto dela. As coisas haviam ido longe demais. O corpo de Nick podia estar latejando com excitação insatisfeita, mas o propósito do exercício não era para satisfazer seu desejo.
Mas Demi não voltaria para seu quarto por iniciativa própria.
Estava praticamente adormecida em seus braços agora, e ele não seria louco de carregá-la nua de volta para o quarto, quando havia uma cama perfeitamente boa ali.
Virou os lençóis e deitou-a na cama, cobrindo-a antes de ir observar Oliver.
O bebê estava dormindo feliz, seus cílios escuros sobre as pálpebras escondendo olhos que eram cópias vivas dos seus próprios.
Nick ficou olhando para ele por diversos segundos, mentalmente admirado pela força que aquele pequeno ser humano exercia sobre suas emoções. Oliver não era nem mesmo seu filho, todavia, sentia-se tão responsável em relação ao bebê como se tivesse lhe dado a vida.
Aquela criança não podia ser estragada pelo seu pai, como Joseph tinha sido. E o melhor modo de assegurar que isso não acontecesse era Demi encontrar um parceiro que protegeria Oliver como se fosse seu filho.
O pensamento lhe causou uma dor insuportável, parecendo rasgar-lhe a alma, despertando raiva enquanto negava seus próprios sentimentos estranhos.
O que estava acontecendo? Aquilo era, afinal de contas, em parte, o propósito da intimidade daquela noite, não era? Que Demi deveria ter segurança pessoal a fim de encontrar um homem?
Era porque Oliver era um Jonas que estava se sentindo daquela maneira. Porque os filhos Jonas, especialmente aqueles sem os pais naturais, deveriam ser criados ali na Sicília, sabendo sobre sua herança.
Estava ficando tão mau quanto seu pai, Nick zombou de si mesmo.
Seu corpo ainda ardia pelo desejo frustrado. Deveria ir dar uma outra nadada para livrar-se daquilo. Mas, em vez disso, por alguma razão, quando voltou para a suíte, tirou o roupão e enfiou-se na cama junto a Demi, aconchegando o corpo adormecido em seus braços.

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